sábado, 11 de dezembro de 2010
O O.G.E.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Medidas de austeridade?
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Um país moderno?
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
Panem et circences.
Agora, nos noticiários dão-nos conta de um individuo que deixou e escola aos dez anos voltando aos oitenta e tal anos, aproveitando as novas oportunidades para fazer num ano o nono ano e noutro o décimo segundo. De uma coisa não podemos ter dúvidas, a idade deu-lhe sabedoria.
Na falta de pão haja circo.
A expressão é “panis et circenses”, mas já na sua origem Juvenal empregou a forma acusativa “panem et circenses.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
O Estado.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
RESTAURAÇÃO
domingo, 3 de outubro de 2010
SEDITIONE
A NOVA PRAGA
domingo, 12 de setembro de 2010
Também quero.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
terça-feira, 31 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Não os conhecia.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Moral
terça-feira, 27 de julho de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
Descrição, utilização e instruções.
Deverá ser inscrita no Regulamento Interno a obrigatoriedade da utilização deste instrumento em qualquer reunião. i.é., qualquer conversa entre dois ou mais professores.
Nas cartolinas, não mais de cinco, deverão estar escritas as seguintes frases:
Os alunos são indisciplinados e fazem muito barulho.
Os alunos não estudam e não estão com atenção.
Os professores exigem disciplina mas não têm poder para concretizar essa exigência.
Os castigos dependem da aprovação dos E.E.
Um aluno com necessidade de apoio é um aluno que se porta bem, tenta e não consegue.
Assim, o responsável pelo desenvolvimento da reunião deve:
1º) Requisitar um exemplar do estojo da realidade.
2º) Nomear no inicio da reunião um responsável pela sua correcta utilização. Este docente poderá ser designado por exemplo, guardião da realidade.
O guardião seguirá escrupulosamente as instruções
Instruções
1º) Abrir.
2º) Pendurar em local visível de modo a que todos possam ler.
3º) Sempre que alguém quiser falar o guardião, indicando as cartolinas penduradas, dir-lhe-á: não te esqueças do que ias dizer mas primeiro lê isto em voz alta e se ainda fizer sentido, então fala.
O meu contributo: O estojo da realidade.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
João Aguiar
domingo, 20 de junho de 2010
sábado, 19 de junho de 2010
UMA AVENTURA NA ESCOLA
domingo, 13 de junho de 2010
O ESTADO DA EDUCAÇÃO EM PORTUGAL
terça-feira, 8 de junho de 2010
Não estamos sós.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Corrupção? Sim!
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Corrupção? Não!
Como o vereador não tem poder para o que lhe é pedido o tribunal decide que não há corrupção e DN é absolvido.
Se o fulano A entrar numa dependência bancária e a tentar assaltar mas por azar esta não tiver dinheiro porque vai entrar em obras tudo bem porque não chegou a efectuar o roubo, enganou-se na dependência.
Bela justiça a nossa. E belo combate à corrupção.
Mas….estou a ser injusto. As câmaras vão ter de elaborar um plano anti-corrupção. Nem vai alguma vez ser necessário no futuro chegar a tribunal.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
quinta-feira, 6 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
domingo, 2 de maio de 2010
O Plano\nclinado
sábado, 1 de maio de 2010
Furta-se legislando.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
O ataque às corporações.
sábado, 24 de abril de 2010
REVOLUTIO
sexta-feira, 23 de abril de 2010
A lei da escola segundo o eduquês
“1. Contra o silêncio e a indiferença, é preciso dizer que as duas mortes agora acontecidas são extremos dramáticos, picos na violência que cresce em muitas escolas públicas. Mas nem estes casos extremos obrigaram o eduquês a mudar o discurso:
No caso do docente de Sintra, a DREL terá colocado psicólogos na turma em causa “ com medo de que haja um sentimento de culpa”. E não deveria haver? Não é esse o único sentimento aceitável, o mínimo que na circunstância se deve esperar? Não deve esse sentimento ser mesmo suscitado em todos aqueles jovens e nos responsáveis da escola e do ministério? Ou a escola deixou de ser, de repente, a tão badalada “comunidade educativa”?
Trata-se de jovens que são na sua generalidade bons alunos e que não podem transportar na sua vida uma situação de culpa que os pode vir a condicionar pela negativa”, disseram.
Nem mesmo a morte obriga o eduquês a pôr a mão na consciência. Ou será que estas mortes devem ser atribuídas à natureza?
2. Também Daniel Sampaio (D.S.) escreveu o inimaginável sobre o assunto (Pública do dia 14 de Março).
Apesar de conhecermos as suas ideias, lemos com perplexidade o que seguramente terá indignado a generalidade dos pais que diariamente são obrigados a deixar os filhos nas escolas públicas e dos professores que nelas resistem ao intolerável.
“Querer uma escola controlada pela polícia [quem é que alguma vez defendeu isso?] em que ninguém possa desobedecer ou contestar as regras, é acabar de vez [pasme-se!] com esse território de liberdade segura que caracteriza o nosso sistema educativo (…)”.
Mas vale a pena continuar a citar D.S.: “É que há em todas as escolas comportamentos que podem ser considerados violentos, mas que não são bullying [ cabe ao especialista, portanto, dizer se é dor a dor que eu sinto – meu Deus!]: a escola reproduz a sociedade [a escola do eduquês sim, até agrava mesmo o pior da sociedade; a boa escola que queremos, pelo contrário, enfrentaria o que na sociedade não é desejável] e esta não é serena [serena?], por isso são frequentes as piadas, as troças e até um insulto passageiro ou um empurrão, sem que isso seja muito grave.”
Passaria por humor, não fosse experiência de medo de tantos jovens, a preocupação de tantos pais, o receio de tantos professores, relatados todos os dias pela comunicação social. Gostaria de saber em que escola estudaram os filhos de D.S.
E, a seguir, D.S. prescreve a receita fácil para o caos…que também ele próprio, porventura sem se aperceber, tem ajudado a instalar.
Eu sei que o psicólogo é D.S., mas desta vez sou eu a fazer o diagnóstico: continuamos perante uma estranha dificuldade do homem inteligente que é em ver a realidade. Quanto à cura, sinceramente, gostaria de não perder a esperança de boas notícias.
3. Estes textos, chocantes, nas circunstâncias quase pornográficos, são, como outros tantos do mesmo teor, exemplos reveladores: o eduquês gosta da indisciplina, e, assim, vai encorajando a sua manifestação.
E assim vão fazendo o seu tricot teórico os mais ou menos discretos companheiros de jornada do eduquês, ajudando, voluntária ou ingenuamente, a impor à escola má que todos os dias atira para a ignorância, a desqualificação, o abandono e a exclusão gerações e gerações de crianças dos estratos sociais mais desfavorecidos, agravando assustadoramente as desigualdades, privando-as do ascensor cultural e social único que um bom ensino público – condição da sociedade civil – seria para elas.
Quem disse ser preciso mito tempo para se verificar o resultado do que se faz na educação?
Acolhidas e cultivadas na escola do eduquês, a ignorância e a violência explodem na sociedade. Mas não era isso o que o eduquês pretendia?” Editor da Gradiva
Os interesses dos menores.
Aliás uma das principais tarefas do educador consiste em proteger o menor das suas próprias decisões.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Estatuto do aluno?
E sobre isto, há algum tempo ao falar com um antigo representante dos Encarregados de Educação no Conselho Pedagógico ouvi o que é lógico: “Estatuto do aluno? Mas o que é isto? Assim não vamos a lado nenhum. Aluno não tem de ter estatuto tem de obedecer.” Foram as palavras deste E.E. Sábias por sinal.
sábado, 17 de abril de 2010
Os objectivos
Imposição de mínimo de multas pode ser inconstitucional.
….A dúvida é levantada por Jorge Bacelar Gouveia, constitucionalista e ex-presidente do Observatório de Segurança Interna, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT).
“ A constituição consagra que qualquer pessoa tem direito à progressão na carreira através de factores que dependam dele e do seu trabalho. Querer avaliar um polícia pelo número de multas ou de detenções que efectua levanta-me dúvidas acerca da constitucionalidade da medida porque realizar ou não os objectivos definidos não depende dele mas do comportamento de terceiros. E se não houver carros mal estacionados ou ninguém roubar? Ele é castigado porque as pessoas se portam bem?" Questiona este catedrático de direito e deputado do PSD.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Pensamento
Definição 2
Definição 1
sábado, 3 de abril de 2010
quarta-feira, 31 de março de 2010
Pérola 2
Neste e em muitos outros enunciados de cariz pseudo pedagógico a palavra aluno tem de ser substituída pelo termo estudante.
terça-feira, 30 de março de 2010
Pérola 1
Mas se o aluno se limita a estar presente e a conversar perturbando os outros a sua assiduidade passa a ser um elemento negativo no desenvolvimento das actividades na sala de aula.
Então também acho que o aluno não deve ter zero deve antes ter menos um ou menos dois….
Note-se que se só for um aluno a perturbar é fácil mandá-lo para o GID, mas se forem muitos este gabinete não tem capacidade de resposta.
sábado, 27 de março de 2010
Indisciplina, GOD, GID, etc...
Quando a situação na sala de aula azeda, o infractor deve ser para lá encaminhado para que se possa trabalhar na aula.
Pretendem as hierarquias que o professor que envia o aluno lhe prescreva um trabalho para este efectuar no GID.
Este é na realidade um entrave à utilização deste recurso pois obriga o professor centrar-se na tarefa que vai atribuir ao aluno infractor em detrimento do resto da turma. Note-se que o facto de aquele aluno ser expulso significa apenas que deu mais nas vistas e não que era o único a portar-se mal.
Outro problema prende-se com o facto de esta estrutura não ter capacidade para lidar com muitos alunos e quando nenhum sobressai é quase impossível para o professor escolher um para expulsar servindo de exemplo.
Mas o maior entrave à eficácia da luta com a indisciplina neste âmbito prende-se com a afirmação de que o GID deve constituir a excepção e não deve ser banalizado.
Se um aluno está insuportável vai para o GID, se dez alunos estiverem insuportáveis vai-se banalizar o GID.
O que está banalizado nestes tempos são os comportamentos inadequados que a ele conduzem e é para tentar acabar com isso que se criaram estas estruturas.
sábado, 20 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
Pedagogia diferenciada e turmas de nível.
Para que se possa aplicar pedagogia diferenciada onde ela seja necessária e indicada será necessário aliviar nalgum lado e parece-me linear que não podemos instituir como regra o que deve ser pontual visto que trabalhamos com turmas e não individualmente.
Defendo que dentro do possível devem ser constituídas turmas de nível diminuindo a multiplicação de esforços.
Foi-me dito que esta estratégia tinha um efeito secundário, o de influenciar negativamente as aprendizagens por diminuir as expectativas dos professores relativamente às turmas que à partida se considerariam mais fracas.
Parece-me uma fraca opinião acerca dos professores. Quando se constituem turmas de nível com base no prévio conhecimento dos alunos não se estão a formar falsas expectativas, está-se apenas a lidar com a realidade para melhor poder ultrapassar as dificuldades.
terça-feira, 16 de março de 2010
Os culpados
O presidente do Conselho Executivo da minha escola tentava, nas sessões do Conselho Pedagógico, fazer um relato o mais fiel possível das boas novas que iriam revolucionar a educação.
m.l.r. tinha anunciado com um ar condescendente, “ não procuramos culpados mas sim soluções”, sossegando assim a classe docente. Perdão! Eu disse sossegando? Bem devia dizer ludibriando a classe docente que por sinal até se presta a isso.
Não foram os professores nas escolas que decidiram extinguir o antigo ensino técnico que deveria ter evoluído no tempo de modo a fornecer alternativas.
Não foram os professores que substituíram a palmada pedagógica pelo psicólogo ou pelo psiquiatra, paralisando a acção educativa de quem tem poder para ser educador: O encarregado de educação.
Se os culpados pela actual situação do sistema educativo fossem os professores, já teria começado a caça às bruxas e a pandilha ministerial não se ficaria por, há maus resultados? É preciso mais formação para os professores! É preciso avaliar os professores! Etc.
Não. Os culpados estão lá em cima e não querem assumir os erros.
Inovação ou conformismo?
Esqueça o passado. Já não é assim, a sociedade mudou e a escola também. Temos novos problemas e precisamos de novas estratégias, de inovar.
Curiosamente na frase anterior o verdadeiro apelo que é feito não é à mudança e à inovação mas sim ao conformismo e ao imobilismo.
A escola e a sociedade mudaram, é uma realidade, mas não do mesmo tipo de “ o clima está a mudar”. Nesta última frase sugere-se inevitabilidade e a nossa incapacidade de contrariar essas mudanças devendo adaptarmo-nos às novas condições.
No que respeita às mudanças sociais sabemos que muitas são consequência de tomadas de decisão erradas por pessoas bem identificadas.
Inovar, nos tempos que correm, não é utilizar computadores nas aulas, é corrigir o mal que essas decisões criaram e se possível castigar os culpados.
É nos pedido que inovemos e arranjemos novas estratégias enquadrados num contexto absolutamente absurdo que, este sim, tem de ser mudado. Não nos iludemos, há coisas que têm de voltar atrás.
domingo, 14 de março de 2010
Competências vs conteúdos.
Esta facilidade e rapidez na obtenção de informação factual tem levado á progressiva desvalorização dos conteúdos nas actividades escolares valorizando os processos e as apresentações em suporte digital.
A aquisição de conhecimentos, a memorização e mesmo os exercícios repetitivos para consolidação de processos tornaram-se um anátema a menos que “contextualizados.
O livro perde importância e vai sendo substituído pela internet e entoam-se loas às competências.
É um caminho errado, pois a maior parte da informação que circula no ciberespaço é superficial ou errada e não validada.
Esta possibilidade de obter quantidades massivas de informação de um modo quase imediato faz com que seja uma prioridade da escola, ou melhor, a prioridade da escola fornecer aos indivíduos os meios para separar o trigo do joio, e para isso é absolutamente necessário voltar a dar ênfase aos conteúdos devidamente validados e bem assimilados pois esse é o único modo de escapar ao lixo que a informação “on line” nos fornece.
sexta-feira, 12 de março de 2010
A palmada pedagógica.
Trata-se de uma das espécies que nidificam no solo e confiam na camuflagem para enganar os predadores.
Para os ovos camuflagem e para as crias camuflagem e imobilidade absoluta, a escassos metros a cria parece uma pequena pedra como muitas outras.
Tinha localizado um casal e três crias, três pequenos seixos apesar de estar a utilizar binóculos. Os pais levantaram voo e foram à procura de alimento deixando os petizes a fazer o seu papel. Mas…., a juventude! As crias começam a crescer e precisam de aprender, explorar e preparar-se para a vida. Então os três seixos mexeram-se, levantaram-se e começaram a estudar o meio envolvente.
Em pouco tempo um dos progenitores regressou com uma atitude preocupada e com algumas bicadas pedagógicas remeteu os petizes à imobilidade. Não. Ainda não tinha chegado o dia em que podiam estudar lições mais avançadas.
A palmada pedagógica está presente no comportamento de todas as espécies cujo desenvolvimento exige aprendizagem.
Pedagogia Diferenciada.
À questão relativa às condições de aplicação da pedagogia diferenciada em sala de aula: É para alunos que observam os comportamentos adequados na sala de aula e têm dificuldades ou serve para resolver problemas disciplinares?
A resposta da formadora: Tudo o que aqui vamos discutir assenta no pressuposto de que os alunos destinatários querem trabalhar.
quinta-feira, 11 de março de 2010
quarta-feira, 10 de março de 2010
Bullying
Há em Portugal à volta de mil escolas de segundo e terceiro ciclos e secundárias que funcionam das oito e trinta às dezoito e trinta, pelo que os elementos deste gabinete poderão estar no máximo em cada escola 50% do período de funcionamento e apenas em parte de cada escola.
O ministério diminui o número de funcionários nas escolas criando rácios funcionários/nº de alunos e substituindo ainda funcionários que a direcção de cada escola poderia gerir por serviços fornecidos por empresas, nomeadamente refeitórios e limpeza dos espaços escolares.
Assim a vigilância dos espaços escolares diminui de dia para dia, e só esta pode prevenir eficazmente a violência nas escolas. Temo que este seja apenas o primeiro caso.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Objectivos?
Ora o sucesso dos alunos deve ser um objectivo destes e não do professor. Para este, o sucesso dos alunos é um desejo que se estende a todos e não apenas a alguns. O papel do professor é dar aos alunos os meios e o apoio necessários para que estes com o seu esforço atinjam o sucesso, mas não pode nem consegue em qualquer caso substituir o esforço do aluno.
Se as aprendizagens e o sucesso não são um objectivo do aluno e sim do professor……….é porque algo está mal no Reino da Dinamarca.
sábado, 6 de março de 2010
Autoridade, Poder, Responsabilidade.
Talvez o mais urgente seja começar por afirmar que não existe um processo de ensino/aprendizagem, esta designação não passa de uma facilidade semântica.
O que há são dois processos distintos, o de ensino e o de aprendizagem, cujas responsabilidades cabem a diferentes actores.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Por falar em 2+2=5...
O despacho referido ainda não tinha número quando se deu a reunião de grupo, de onde saíu excerto de acta, trata-se do Despacho nº 13599/2006 de 28 de Junho de 2006.
O insucesso escolar é um problema de aprendizagem, não de ensino.
Ponto 2:Relativamente ao nº3 do art. 10º do despacho entregue no Conselho Pedagógico de sete de Julho de 2006, com a seguinte redacção:
“ 3. Os docentes titulares da turma, disciplina e de educação especial que integram a equipa pedagógica são responsáveis pela evolução das aprendizagens dos alunos, sob a supervisão do director de turma.”.
Os docentes do 1º grupo alertam para a incongruência deste enunciado fazendo notar que no processo ensino aprendizagem existem duas componentes básicas com diferentes responsáveis.
À escola e aos professores cabe a organização do ensino nas suas diferentes vertentes nomeadamente, planificação, leccionação, fiscalização, avaliação e validação com a devida comunicação dos resultados.
Neste processo cabe-lhes a motivação didáctica tentando na medida das limitações ligar as matérias à realidade para dar sentido ao que se pretende que os alunos aprendam e criando dentro do possível situações que constituam desafios adequados para os estudantes.
Cabe ainda aos professores a exigência do cumprimento das regras e de comportamentos adequados.
Dos estudantes espera-se que mantenham e cultivem comportamentos a atitudes adequados ao seu nível etário e consentâneos com o grau de ensino que frequentam, em particular, a participação nas aulas, a tomada de atenção o cumprimento das recomendações dos professores e a execução das tarefas que lhes são propostas dentro ou fora da sala de aula, de modo a cumprirem, com empenho e perseverança, a parte que lhes cabe neste processo.
Acresce a estes dois aspectos uma vertente social que transcende a escola, apesar dos esforços desenvolvidos, e que carece de medidas apropriadas.
É importante que haja uma valorização social do papel da escola e dos saberes.
Um método de ensino para produzir aprendizagens e desenvolvimento de competências tem de integrar harmoniosamente estes três factores, não podendo caber a totalidade da responsabilidade do sucesso apenas a um dos intervenientes.
Nada mais havendo a tratar, deu-se a reunião por encerrada, da qual foi lavrada esta acta.
Este foi o texto possível a nível de grupo conciliando a forma acerca de um assunto acerca do qual todos estiveram de acordo quanto ao conteúdo e elaborado para uma acta e para apreciação nos grupos disciplinares, com vista a uma tomada de posição acerca de um erro consignado em legislação.
Entendo no entanto que é necessário desenvolver o tema e aborda-lo de um modo mais cru.
O enunciado do artigo em questão atribui a responsabilidade pelas aprendizagens dos alunos aos professores. E são-no realmente?
É responsável por algo ou alguém, aquele que responde por…
Mas só é responsável quem detém poder e capacidade de acção sobre o objecto da responsabilidade.
È um médico responsável pela cura ou não cura do doente?
Ao médico cabem o diagnóstico e a prescrição. Ao paciente, para se curar, cabe a execução da prescrição. O médico não tem poder sobre o paciente mas este está motivado para o cumprimento das suas indicações.
Não passa pela cabeça de ninguém exigir responsabilidade ao médico no caso de não cumprimento das suas indicações.
No entanto é isso que se passa no ensino.
O texto do artigo em questão pressupõe a existência de um método qualquer de ensino que produz as aprendizagens pretendidas nos alunos independentemente da vontade destes e dos seus comportamentos. Assim, se o aluno não aprende verificou-se um erro ou uma omissão qualquer a nível de ensino.
O ensino é na escola um processo destinado a indivíduos mas organizado de um modo colectivo.
A aprendizagem é um processo mental e como tal individual e intransmissível mesmo que os processos de trabalho sejam colectivos.
MATEMÁTICA B 10º ano Porto Editora; NEVES, Maria Augusta; Guerreiro, Luís; Pereira, Albino.
Pág. 8 O primeiro objectivo do estudo da matemática é desenvolver a capacidade de resolver problemas. Mas adquirir esta capacidade não é trabalho para um dia nem para uma semana. Trata-se antes, de querer muito, ter paciência, persistência, observação, raciocínio, integração de conhecimentos adquiridos em experiências anteriores, saber colocar questões e ter espírito crítico.
Assim o é nas outras disciplinas também.
No entanto:
“O comportamento dos alunos desta turma torna impossível qualquer aprendizagem.
Conversam sem prestar a mínima atenção ao que o professor explica nem aos exemplos que ilustram as matérias abordadas. Não tentam executar as tarefas propostas pelo professor, continuando a conversar, e ao serem exortados a executá-las, o que é indispensável para a compreensão e aquisição dos conhecimentos e competências, limitam-se a retorquir que estão à espera que o professor faça para então passarem do quadro.
Se abrem o caderno, este é fechado no fim da aula para só voltar a ser aberto na aula seguinte e são incapazes de consultar a lição anterior para utilizarem a informação fornecida.
A conversa em surdina é generalizada e, quando se chama a atenção, acham que não é nada com eles. Alguns calam-se mas os outros continuam. É preciso gritar para acreditarem que é a eles que o professor se está a dirigir. Finalmente calam-se para pouco depois tudo voltar ao mesmo. Alguns distinguem-se, falando muito alto, dando origem à ordem de saída da sala e respectiva participação.
Verificam-se comportamentos infantis como: assobiar, atirar aviões de papel ou levantar e deixar cair a mesa, enquanto o professor está voltado para o quadro e, se não conversam, tiram discretamente os telemóveis dos bolsos, manuseando-os por baixo das mesas para enviarem mensagens. É impossível localizar quem o fez e são solidários nestes comportamentos, não permitindo a identificação dos responsáveis.”
Este é o comportamento que tenho observado, com algumas variações, em metade das turmas que me foram atribuídas nos últimos dez anos todas dos três níveis do ensino secundário, o que em termos estatísticos constitui uma amostra razoável.
Finalmente resta saber se o erro foi intencional, ou se, como espero, foi apenas um lapso ou ainda, e a experiência profissional não me permite descartar esta última hipótese, se foi uma manifestação de ignorância das realidades e relações sociais e educativas da parte de quem por inerência das suas responsabilidades devia mostrar outro grau de competência.
Luís Torgal
Professor de matemática, Setúbal
domingo, 28 de fevereiro de 2010
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Potestas vs Autoritas, continuação.
O professor sabe daquilo que ensina, já cresceu e detêm a autoridade que provem do saber, isso é um dado adquirido, é uma condição necessária para ser professor, mas não é isso que está em causa.
O que falta é o poder que permite obter os comportamentos em tempo útil.
O professor tem de ser obedecido prontamente e não precisar de passar o tempo a mandar calar, sentar, etc.
O saber e o bom exemplo podem dar ao professor autoridade perante os alunos mas não o reconhecimento da necessidade de aprender, o que com a impunidade “inevitável” para os actos destes faz com que a sala de aula não seja um local de aprendizagem. Aliás sem um bom ambiente nem sequer o professor consegue fazer o que lhe compete, ensinar.
É ao nível das relações entre adultos que a autoridade está mais relacionada com o saber embora a sanção também possa estar presente.
Não é aceitável que um superior hierárquico não saiba mais do que o seu subordinado no que respeita aos assuntos profissionais, mas não basta saber mais, é necessário que esse saber seja correcto e adequado.
Não basta que o superior enuncie leis e regras, é necessário que estas estejam correctas e sejam adequadas.
Infelizmente, encontramos nos mais variados sítios, escolas inclusive, quem tente passar que 2+2=5 se isso estiver escrito num qualquer despacho ou lei, e que estão convencidos que o poder e a autoridade administrativa lhes dão também o saber.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Potestas vs Autoritas
Autoridade deriva de autoritas que vem do verbo augere, que significa fazer crescer, aumentar.
Poder deriva de potestas que vem de potis que significa senhor de, que exerce o poder sobre.
Quando é que estes dois conceitos se fundem e quando é que se confundem? E quando é que se devem fundir e quando é que se devem separar?