Numa conversa com um amigo de longa data ouvi que apesar das sucessivas tentativas de remodelação de sectores públicos como a educação, a saúde ou a justiça a eficácia da resistência das respectivas “corporações” anulava qualquer tentativa de pôr as coisas nos eixos.
Salazar ri-se na tumba. Conseguiu um estado corporativo que a revolução não anulou.
Concordei embora com alguma reserva talvez corporativa quem sabe. As mudanças são sempre difíceis e suscitam resistência, concordo.
No entanto o assunto ficou-me na cabeça.
Mas realmente o que é que se passa?
O “ataque às corporações deve constituir em cada uma delas uma revolução, “REVOLUTIO”, no bom sentido, isto é, mudar e substituir por algo melhor. Uma nova ordem sim, mas melhor.
Obedecendo aos três pontos referidos na publicação anterior “Apontamentos de Cultura Clássica”.
Ora poucos são capazes de conceber algo que realmente substitua para melhor.
Aliás há vinte ou mais anos que em educação e noutros campos se confunde mudança com inovação. Vive-se na crença de que tudo o que é tradição está errado e deve ser substituído por um qualquer modelo pseudo cientifico quase sempre baseado em estatísticas.
Mas voltemos às corporações.
Os recentes ataques a estas, leia-se classes profissionais, não constitui uma “revolutio”, não apenas por falta de capacidade dos seus mentores mas porque esse não é o seu objectivo.
Sob a capa de inovação pretende-se mudar, sim, mas apenas para distrair a atenção do público criando bodes expiatórios para apenas encobrir as asneiras e aldrabices de uma nova casta, leia-se CORPORAÇÃO, a dos dirigentes políticos que nunca tiveram outra actividade, pelo menos exercida com mestria.
A sua única ocupação e o seu único emprego é a politica. Não são bons professores, advogados, engenheiros ou economistas.
Tiraram um cursozeco, ou melhor arranjaram um diploma numa qualquer universidade de décima categoria, e há várias por aí, e a sua experiência é politico partidária.
Não são ministros ou secretários de estado por um tempo limitado e por dedicação à causa pública, são-no por uma questão de sobrevivência e põem a função pública não ao serviço do estado ou da nação mas ao seu serviço e da sua carreira.
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