Muita gente, o actual M.E. Nuno Crato inclusive, acredita que a maior parte dos problemas no sector da educação serão grandemente atenuados ou mesmo resolvidos se for concedida autonomia às escolas.
Nalguns poucos assuntos por certo aligeirará procedimentos e permitirá respostas mais rápidas mas no geral não penso que mude algo para melhor, antes pelo contrário.
Por exemplo a contratação local de docentes apenas potenciará, como noutros campos da sociedade o factor cunha em detrimento do factor qualificação. O caciquismo já conhecido noutras descentralizações fortalecer-se-há nas escolas.
No campo pedagógico o que emana do ministério é há muitos anos disparatado ou simplesmente ineficaz. Será que é porque são enunciados produzidos numa estrutura centralizada? Será melhor se forem produzidos nas escolas?
Sem querer por em causa a incompetência de grande parte dos pseudo-pedagogos que infestam o M.E. e a formação de professores, os normativos pedagógicos produzidos no M.E. são disparatados e ineficazes porque os pressupostos e restrições politicamente correctas, impostas pelos anteriormente, mencionados com que são produzidos são simplesmente absurdas.
Um determinado normativo foi elaborado no M.E. por dez pessoas durante 20 horas num total de 200 horas.
Se este trabalho passar para as escolas, teremos em cada uma de 1000 escolas cinco professores durante dez horas senão as mesmas vinte ou mais num total 50000 ou muito mais horas de trabalho para produzirem 1000 textos ligeiramente diferentes mas igualmente inoperantes porque os pressupostos e restrições serão os mesmos.
Resta ainda acrescentar que os partidários do eduquês são gente trabalhadora e organizada e que os há em todas as escolas e pertencem aos mais variados quadrantes políticos tendendo a aparecer em todas as comissões que produzem normativos velando para que não se ultrapassem os tais pressupostos e restrições.